Veio. os passos sem pressa. vi-o ao longe. trazia o caderno no bolso. para escrever o poema. Olhava o poente. o fulgor da chama. intensa. a desvanecer-se na água. Contemplativo. pressentia-se-lhe a respiração no rosto. Sem outra saída que não fosse escrever. sentou-se num pedregulho. e. mesmo de longe se ouvia. a entrar-nos pelas janelas. o alvoroço das algas. a rodearem-lhe os pés. umas castanhas. outras verdes. e. até. vermelhas. o sal na água. Vi-o de mais perto. estava a escrever. . Eu lerei o teu poema - a dois passos das estrelas. Eugénia
Olhei o fim da manhã e vi um azul. um azul líquido ultramarino. a transbordar do céu. tingido pela humidade e por uma nuvem branca. Vi um ninho. agarrado aos ramos de uma árvore. o passarinho não estava lá. mas talvez. talvez regresse quando o botão aberto em flor lhe dê a mão. e talvez cante. Eugénia
Esta manhã foi a humidade que lavrou os portais do céu. onde asas circulam. anónimas. por sobre lentas veredas nubladas. Aqui uma grinalda lisa. mas incerta. aflorando. camélia a camélia. em cada ramo. Eugénia
Comentários
Enviar um comentário