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A mostrar mensagens de junho, 2022

Com cheiro a manjerico

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Chove a orvalhada      - veio perseguindo a folha    do cedro devagarinho            ao anoitecer Há memórias que se guardam perduráveis no lugar restrito às branduras da infância. E é assim com a festa. Embora nocturna. Embora multidão. Talvez porque a imaginação lhe tenha dado um rosto humano. Numa idade em que a imagem da união e da alegria extensiva nos torna conviventes. E talvez também porque atravessada por aquela mão dócil, do pai ou da mãe - a segurar a nossa mão -; na outra, o alho-porro. Era:  A tez da cidreira sobre um trapo axadrezado, pousado na pedra da rua calcinada pela noite. E eram as névoas voláteis, esfumadas: vindas do carvão a arder, a vaguearem lá mais para cima; a espiarem a atmosfera humedecida, comummente, golpeada pelo cheiro a sardinha assada; cheiro entontecido pelo esplendor do limonete. E os gatos por perto. A espreitarem de dentro de ruelas, estreitas como frestas, abertas na pedra. E eram: As labaredas suspensas da carqueja a balançarem ao compasso dos