Às vezes
Às vezes os mares recolhem as
águas aproximando-as da rota dos navios, ante o horizonte. E a onda marginal fica
distante: parece um torvelinho de espuma mansa. Enquanto uma luz ténue de vidro
vai preparando a claridade.
- É tão bonita a névoa a clarear
suspensa sobre a água!
Neste mar a meus pés, a onda –
sereníssima – demora o encontro com a areia; e a areia respira humedecida. A
maresia é atravessada por gaivotas e as suas pausas no areal misturam o silêncio
com o marulho longínquo.
Uma gaivota ergue-se e, numa
intimidade mítica com o céu enevoado, desenha no ar o grafismo da sua própria
aspiração.
Tudo é perfeito: tudo se
harmoniza.
Eugénia
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