Vera e Aloé


Viu-a ao longe. Acelerou o passo. Olhou o canteiro. E exclamou: - Que lindo é, o aloé!
Ouvida aquela exclamação, da Vera, pousou os olhos na flor. Sorriu. Conversaram. Despediu-se. Seguiu em frente. Parecia que a luz trazida pelo sol não fazia cerimónia alguma para entrar naquela rua e deixar-se tombar sobre os seus pés. Das árvores, caíam sombras cinza. Outras, mais leves, borbulhavam por debaixo das asas de uma borboleta.
Dobrou a esquina. E a meio do trajecto sentou-se num banco de pedra. As pontas dos seus dedos não demoraram a sentir a macieza da superfície polida do granito. Deixou-se ficar por momentos; somente a olhar. As recordações não lhe tardaram: Lineu. Um nome a circular na sala de aula do liceu; há já tanto tempo. Lineu poeta. Lineu naturalista. Carl Linnaeus. Aloé vera. Planta descrita pela primeira vez em mil setecentos e cinquenta e três. Por Carl Linnaeus – Lineu.


Eugénia


 

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