No terreiro


Entrei no terreiro encravado entre muros de casa antiga: suporta pendente a cor do céu; a tranquilidade reflecte o pousio das ramagens; o cascalho encravado na terra por entre raízes aprumadas; e, ao entardecer, o verde véu do arbusto encosta o corpo cansado contra o granito pedra de muro, enquanto as labaredas descem intermitentes para junto do mar. Há um diálogo entre mim e o que o terreiro me inspira: suponho que me fala. No terreiro, o concreto é o bem-estar. Medito sobre esse inabalável estar bem, afundado no silêncio que se repercute na voz do arbusto, uma simples voz, vegetal; de uma grande intimidade com as pautas de música, desatando os cantos de ave e os sons de folha que se agita; o perfume.

 

Metamorfoses –

abrem-se gineceus

mas antes: as corolas.

 

Eugénia

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