Tudo estava ali


Deixam-nos ficar a olhar. Quando passamos.
 
Mil vezes passei por esta casa deixando-a despercebida; resguardada em seu casulo de anónima. Hoje, tornou-se-me atractiva, diria até, familiar: talvez pela existência daquela luz enovoada a escorrer pela varanda; a pavimentação em azulejo, tal teclado musical, iluminava-se.
Abri ao acaso uma janela; e, com esse movimento de rotação lenta accionado por mim, arrastei imagens urbanas agarradas ao vidro. Entrei; tudo estava ali claramente, como palavra de poema, em folha de livro.
A sua história era longa; a hora rolava brumosa. Agarrei na imaginação que já estava completa e saí. Mas antes, fechei a janela.
 
Eugénia 

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