Ao fundo: a Felicidade


Ao fundo: a Felicidade

 

Aqui    nos encontramos !

O poema chega-nos de Grândola

            vila morena

e sustém o canto – nosso.  A voz é grave.

A flor é rubra.  A mão é firme

            e sinaliza a rota.

Enquanto a luz da tarde resoluta

            amanhece o coração da cidade.


Aqui vamos !

As folhas novas abrem verdes  por entre punhos.

E cada clamor sai do nosso peito

            unanimemente

como gotas de água virgem que brota da nascente

e cresce limpa irrigando veios em direcção ao mar.


Aqui vamos !

A palavra do poema vem-nos do Poeta

e sustém o corpo – nosso.  O sol é Abril.

A flor é o cravo.  O passo é amplo e determinado.

Em uníssono

            o nosso canto.

Trazemos a paz ao peito

                                    como emblema.

A crença dos vitoriosos

           à flor da pele.  O espírito limpo.


Sabemos da ave das águas

                                    argêntea cigana

a cantar o sol              pousada na proa das asas

                                   arando o mar

                                   galgando os limites da costa calcinada

                                   sulcando fundo novos trilhos

                                   além  ascendendo ao alto !


Sabemos que a flor nasce da semente na terra

                                                                 adubada.


Sabemos que a noite nunca é infinda:

É pela noite que a estrela de alva anuncia o nascer do sol

            – sabemos.  E cá vamos nós !


Sob o sol fraterno e vivo a espelhar-se igualmente

            em todas as janelas

                                da velha cidade de granito

a claridade das nuvens irá multiplicar-se como feixes

rectilíneos               de estrelas as mais belas

           sobre os nossos risos !


          As maravilhosas nuvens !

 

Eugénia

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O teu poema

Pequenas notas 10.

Pequenas notas 9.