Reconstruções do real - 1.

 


Era uma vez uma vereda. os alicerces dessa vereda eram inclinados sobre a terra. as bordas enfeitadas com estrelas. sempre luzidias. algumas dessas estrelas. numeráveis. a desmoronarem-se. cadentes. A lua gostava de correr. e. num dado dia. por volta de finais de dezembro. entrou cedo no terminal nascente. dessa vereda. pois. os ponteiros do relógio. de pulso. tinham-se atrasado. Ao dar entrada. no alto. lá bem no alto. de um lugar. um lugar dominado por vestígios rurais. próximo do poente. não resistiu. inclinou o rosto sobre os ombros. em posição contemplativa. e deste modo se deixou ficar. durante o tempo que o desejou. a ver desfilar figuras. bem definidas. da natureza. árvores. campos arados. e flores de inverno. E. logo. paulatinamente. pôde assistir a nuvens brancas. a desfazem-se. ponto por ponto. dando vez ao crepúsculo. que. seguro de si. se expandia sobre poalha azul.

Alguém olhou o relógio da capela. E exclamou: - Dezasseis horas?!

Eugénia


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