Luz azul

 


Sinto uma espécie de dever inadiável, com frequência quase diária, de olhar. De olhar - sem sobressaltos - a luz.
Azul.
Uma luz quase noctívaga, efémera, a espalhar-se pela vastidão celeste. Única e diversa. Capaz de nos dar o maior espectáculo de cor - capaz de desenhar grafismos cromáticos na nossa emoção, mais funda, tornando-nos espectadores de nós mesmos.

Vem. E pisa a terra. E a terra breu recolhe nas trevas a cor das pétalas. Vem. E pisa as águas. E as águas exaltam a espuma das ondas. Vem e adoça o tronco das árvores. E as folhas arbóreas fervilham luz até adormecerem.

Vem. Como instante. Mas vem antes da noite.

Eugénia

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