Um poeta escreveu: Algum dia o poema será a buganvília pendente deste muro da Calçada da Graça. Outro poeta escreveu: Vêm de um céu talvez de ficção. Vejo-as a chegar, vejo-as a partir. São aves de passagem, não lhes sei o nome. E outro: Rolas pisam a manhã. E ainda, Outro: Vai alta a nuvem que passa. Branca desfaz-se a passar. . Vejo-a a chegar. Segue a direcção das manchas brancas. Sem macular a leveza do cinza. Sem desfazer a nuvem que passa. Vem chamada pelas areias húmidas do mar. Vem. Mas de que falaria eu acerca deste muro se não fosse o voo? A brancura das pétalas da flor de buganvília? . esta manhã até o idioma da rola floriu a nuvem branca . do voo ouvi o verso o violino - a brancura da flor Eugénia Poetas: António Gedeão . Eugénio de Andrade . Manoel de Barros . Fernando Pessoa